quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

DIÁRIO DOS MORTOS (EUA, 2007)


Titulo Original: Diary of the Dead

Direção: George A. Romero
Roteiro: George A. Romero

Elenco: Nick Alachiotis, Matt Birman, George Buza, Joshua Close, Christopher Cordell, Wes Craven, Laura DeCarteret











"Onde você estará quando o fim começar?"

Essa é a pergunta do poster do 5º filme sobre apocalipse zumbi do veterano George A. Romero. O que vemos aqui não é uma sequência de seus anteriores e muito menos uma refilmagem, é nada mais nada menos que uma reinvenção do gênero que ele mesmo criou. É um novo começo. A mudança mais notável é o formato narrativo, que nesse "Diário dos mortos" segue a linha de "Bruxa de Blair", "Cloverfield" e o atual "REC". Sendo que aqui nos é apresentados inúmeros 'flagrantes reais', sejam de cameras caseiras, de segurança, estacionamento, reportagens e até de celulares.

Segundo o próprio George Romero, que escreveu e dirigio o filme, esse é um filme 100% independente, que ele realizou com parceiros, e que teve liberdade total, coisa que ele não conseguia desde o 1968. "Eu ando ralando muito aqui em Toronto para fazer de "Diário" o melhor", diz ele em desabafo aos fãs no MySpace.

O filme começa logo com uma equipe de reportagem que vai cobrir um assassinato típico americano: Homem mata a tiros a mulher e o filho depois se mata. Tudo o que vemos são as imagens feitas pelo 'camera man'. A bela repórter narra o fato ao vivo no local do crime que logo interrompida pelo camera man que assustado direciona o foco da camera para atraz dela: os corpos das vítimas se levantarem das macas e atacarem os paramédicos, a polícia e a pobre repórter... 

Bom, e assim começa o apocalipse.


O personagens:
Estudantes de cinema e um professor alcólatra. Temos Jason com sua inseparável camera e sua namoradinha cabeça chamada Debra que é altamente decente e se importa com o mundo. Temos o casal de modelos sem cérebro em que a loira gostosa tem até um bordão próprio: "Não mexa com o Texas". Temos a motorista triste da van, o badboy de Nova York, o nerd que não pega ninguém e o cara que interpreta uma múmia no filme da qual eles estão filmando na floresta. 


Os mortos-vivos:
Esses sim, são os personagens principais dessa jornada apocalíptica. Tem aos montes, e são podres e desmembrados, sedentos por sangue, famintos por carne, lentos e cambaleando (ao contrário dos vistos em 'Madrugada dos Mortos') como devem ser. Há inclusive uma cena no início em que os estudantes discutem isso, o que é uma referência crítica e clara ao já citado 'Madrugada dos mortos", onde os zumbis correm até mais que os vivos. Tem também muita bagunça nas ruas, tiros ao alvo (zumbis), suicídos e tudo que um armagedom zumbi deve ter: CAOS.

O filme:
Em meio as gravações de uma cena, eles são surpreendidos pelo noticiário que narra 6 eventos de mortos-vivos em diversos lugares dos Estados Unidos, confusos e com as opiniões divergentes, eles decidem, por fim, ir para suas casas em busca de conforto e mimo dos pais.

A maior parte de tudo que vemos são imagens feitas pela camera de Jason, que decide filmar esse evento, registrar a verdade e entrar pra história. Logicamente é criticado por todos que se negam de início a participarem do tal documentário macabro. Na verdade, o que assistimos é o próprio documentário pronto, editado por debra que narra todos os eventos alí apresentados.


Os efeitos estão extremamente eficazes, tem maquiagem e C.G. mesclados. O resultado são cabeças que explodem, crianças varadas a flechadas, ácido corroendo a cabeça... bom, tem de tudo e muito bem feito. O clima de realismo dado pelas diferentes fontes das imagens, como de noticiários da TV, celulares, cameras de estacionamento, é que dá um diferencial e a tal renovada que George Romero pretendia dar a temática, e conseguio. Outro fator que ajudou muito foram as constantes notícias da rádio, que nos bombardeiam de eventos em tempo real dessa catástrofe mundial, reforçando ainda mais a gravidade da situação.

A edição cheia de interrupções, como a bateria da camera que descarrega, as reflexões da narradora sobre as questões de ética humana, deixam o filme mais interessante e até reflexivo. 

"Quando ocorre um acidente, as pessoas não param para ajudar, mas para OLHAR"

George A. Romero mais uma vez pega pesado em suas críticas, o que alí parece que essas críticas são apenas para a mídia, que vende a desgraça alheia, é na verdade uma crítica a todos nós, que com celulares e cameras digitais portáteis passamos a ficar obsecados em regsitrar tudo o que vemos. Filmar em vez de tomar uma providência, só pra por num 'youtube' da vida e ter atenção de milhares de desconhecidos. Há um diálogo ótimo entre Jason e Debra, após ela flagrar o namoradinho fazendo upload das imagens até ali feitas. Além disso, american way of life, Katrina, Bush e as retalhações internacionais são alvos do diretor.


Temos sequências ótimas e tensas, como quando chegam a um hospital aparentemente abandonado, atenção para um paciente que tenta se levantar tendo o abdomem aberto. Ou quando chegam numa fazenda onde conhecem um simpático caipira surdo e mudo que se comunica escrevendo num pequeno quadro negro que carrega consigo. Durante essa viagem, eles tbm são surpreendidos por grupos que tomam o poder local, mantendo armas, combustível, alimento e tudo que acham necessários para sobrevivência sob controle (nesse local tem uma cena brutal com ácido).

"Eles estão mortos, mas estão andando!" hahaha... eu adoro esses diálogos.

É melhor eu parar por aqui, tem muita coisa para ver ouvir e acredite se quizer, para refletir nesse grande filme que com certeza é um aula do estilo. Acho que o mais completo do gênero e é bem melhor que o anterior "Terra dos mortos". Aqui ele mostra o porquê de sua fama, o bom gosto por belas tomadas, criativas, repulsivas e até inovadoras. É bom ver que ainda tem gente que faz arte pela arte, seja ela qual for. Óbviamente o velhote não é um astro trilhonário de Hollywood, mas tem seu lugar garantido na história da sétima arte mundial.

Ah, não deixem de ver ultima cena, vale a pena...

Nota: 9/10 (Faltou sexo, hahaha)

4 comentários:

  1. "Nota: 9/10 (Faltou sexo, hahaha)"
    hahahahaha o que é um clássico.

    Tu comentastes da 'rinha zumbi' comigo e me deixou curiosa, foi desse filme? x)
    :*8
    haha^^

    ResponderExcluir
  2. Não, foi do 'Terra dos mortos", anterior a esse... e é bem inferior em tudo, só gostei da idéia das 'rinhas' e do veiculo chamado 'Dead Reckoning" q eu queria ter um também.

    ResponderExcluir
  3. hummm... tava afim de ver esse não, pois odiei Terra dos Mortos. Acho que vou conferir!
    Como assim "cena final"?
    Tem alguma coisa depois dos créditos?

    ResponderExcluir
  4. Não, antes dos créditos mesmo, ahahaha... é q esse filme tem umas partes metidas a 'filosóficas'. Ah, é BEM melhor q Terra dos Mortos.

    ResponderExcluir

O que você achou?