segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

AS RUÍNAS (EUA, 2008)

Título Original: The Ruins
Direção: Carter Smith
Elenco: Jonathan Tucker, Jena Malone, Shawn Ashmore, Laura Ramsey, Joe Anderson. 

A premissa de As Ruínas, é exatamente igual às de outras centenas de filmes de terror adolescente. Acompanhamos as aventuras de dois jovens casais, bonitos e de bem com a vida, curtindo férias em um lugar paradisíaco, que resolvem conhecer um local exótico, na companhia de desconhecidos que, assim como eles, não conhecem nada por lá.


Estamos no México. Um alemão boa praça convida nossos protagonistas para conhecer umas ruínas Maias, que segundo ele, são supersecretas, pois não estão nem nos mapas de guias turísticos. Chegando lá, eles são surpreendidos por uma turma de nativos que os cercam e os impedem de sair da pirâmide. Então eles ficam no topo da construção sem saber porquê estão sendo mantido ali. É aí que começa a história propriamente.

O enredo é simples. Cinco pessoas presas no topo de uma pirâmide enquanto são atacados por algo que sai da escuridão. Tudo isso sem poder fugir pois os nativos estão lá embaixo para impedi-los. O problema é esse “algo que sai da escuridão”. O vilão, o assassino, a força sobrenatural que avança contra nossos amigos... é uma planta!

Sim, caros leitores. Os enredos para filmes de terror estão tão desgastados que fizeram um filme sobre “planta carnívora”. Hahahah. E veja só, não é nenhuma produção Trash. A galera em dinheiro. Um dos protagonistas é aquele carinha que faz o Homem de Gelo na trilogia dos X-Men.


Os efeitos especiais são bons. É CG de primeira linha. Não só os efeitos das plantas se mexendo e atacando, como as cenas de morte e mutilação. A maquiagem está perfeita. Isso são pontos a favos para As Ruínas. Para que gosta de gore, há cenas bem hard cores.

Mas o roteiro fraquinho não impulsiona o filme. Veja bem, se a pirâmide é assim tão perigosa porque os nativos não a vigiam o tempo todo? Sim, porque a trilha que os leva até lá está apenas escondida com folha de coqueiros e eles chegam no local sem problema nenhum. Os nativos só aparecem quando os jovens estão aos pés da pirâmide. Também faltou mais explicação sobre a planta. Simplesmente é uma planta carnívora guardada pelos moradores da região. Só isso e pronto.

E como se não bastasse, o DVD trás um final alternativo que é muito, mas muito melhor do que o que ficou no filme. Porque essa cena foi cortada? Provavelmente por não ser um final feliz.
As Ruínas erra mais do que acerta. Mas se quiser arriscar, aqui vai uma última informação para o público masculino. Tem peitinhos.

por Geraldo de Fraga.

Nota: 5/10

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

DIÁRIO DOS MORTOS (EUA, 2007)


Titulo Original: Diary of the Dead

Direção: George A. Romero
Roteiro: George A. Romero

Elenco: Nick Alachiotis, Matt Birman, George Buza, Joshua Close, Christopher Cordell, Wes Craven, Laura DeCarteret











"Onde você estará quando o fim começar?"

Essa é a pergunta do poster do 5º filme sobre apocalipse zumbi do veterano George A. Romero. O que vemos aqui não é uma sequência de seus anteriores e muito menos uma refilmagem, é nada mais nada menos que uma reinvenção do gênero que ele mesmo criou. É um novo começo. A mudança mais notável é o formato narrativo, que nesse "Diário dos mortos" segue a linha de "Bruxa de Blair", "Cloverfield" e o atual "REC". Sendo que aqui nos é apresentados inúmeros 'flagrantes reais', sejam de cameras caseiras, de segurança, estacionamento, reportagens e até de celulares.

Segundo o próprio George Romero, que escreveu e dirigio o filme, esse é um filme 100% independente, que ele realizou com parceiros, e que teve liberdade total, coisa que ele não conseguia desde o 1968. "Eu ando ralando muito aqui em Toronto para fazer de "Diário" o melhor", diz ele em desabafo aos fãs no MySpace.

O filme começa logo com uma equipe de reportagem que vai cobrir um assassinato típico americano: Homem mata a tiros a mulher e o filho depois se mata. Tudo o que vemos são as imagens feitas pelo 'camera man'. A bela repórter narra o fato ao vivo no local do crime que logo interrompida pelo camera man que assustado direciona o foco da camera para atraz dela: os corpos das vítimas se levantarem das macas e atacarem os paramédicos, a polícia e a pobre repórter... 

Bom, e assim começa o apocalipse.


O personagens:
Estudantes de cinema e um professor alcólatra. Temos Jason com sua inseparável camera e sua namoradinha cabeça chamada Debra que é altamente decente e se importa com o mundo. Temos o casal de modelos sem cérebro em que a loira gostosa tem até um bordão próprio: "Não mexa com o Texas". Temos a motorista triste da van, o badboy de Nova York, o nerd que não pega ninguém e o cara que interpreta uma múmia no filme da qual eles estão filmando na floresta. 


Os mortos-vivos:
Esses sim, são os personagens principais dessa jornada apocalíptica. Tem aos montes, e são podres e desmembrados, sedentos por sangue, famintos por carne, lentos e cambaleando (ao contrário dos vistos em 'Madrugada dos Mortos') como devem ser. Há inclusive uma cena no início em que os estudantes discutem isso, o que é uma referência crítica e clara ao já citado 'Madrugada dos mortos", onde os zumbis correm até mais que os vivos. Tem também muita bagunça nas ruas, tiros ao alvo (zumbis), suicídos e tudo que um armagedom zumbi deve ter: CAOS.

O filme:
Em meio as gravações de uma cena, eles são surpreendidos pelo noticiário que narra 6 eventos de mortos-vivos em diversos lugares dos Estados Unidos, confusos e com as opiniões divergentes, eles decidem, por fim, ir para suas casas em busca de conforto e mimo dos pais.

A maior parte de tudo que vemos são imagens feitas pela camera de Jason, que decide filmar esse evento, registrar a verdade e entrar pra história. Logicamente é criticado por todos que se negam de início a participarem do tal documentário macabro. Na verdade, o que assistimos é o próprio documentário pronto, editado por debra que narra todos os eventos alí apresentados.


Os efeitos estão extremamente eficazes, tem maquiagem e C.G. mesclados. O resultado são cabeças que explodem, crianças varadas a flechadas, ácido corroendo a cabeça... bom, tem de tudo e muito bem feito. O clima de realismo dado pelas diferentes fontes das imagens, como de noticiários da TV, celulares, cameras de estacionamento, é que dá um diferencial e a tal renovada que George Romero pretendia dar a temática, e conseguio. Outro fator que ajudou muito foram as constantes notícias da rádio, que nos bombardeiam de eventos em tempo real dessa catástrofe mundial, reforçando ainda mais a gravidade da situação.

A edição cheia de interrupções, como a bateria da camera que descarrega, as reflexões da narradora sobre as questões de ética humana, deixam o filme mais interessante e até reflexivo. 

"Quando ocorre um acidente, as pessoas não param para ajudar, mas para OLHAR"

George A. Romero mais uma vez pega pesado em suas críticas, o que alí parece que essas críticas são apenas para a mídia, que vende a desgraça alheia, é na verdade uma crítica a todos nós, que com celulares e cameras digitais portáteis passamos a ficar obsecados em regsitrar tudo o que vemos. Filmar em vez de tomar uma providência, só pra por num 'youtube' da vida e ter atenção de milhares de desconhecidos. Há um diálogo ótimo entre Jason e Debra, após ela flagrar o namoradinho fazendo upload das imagens até ali feitas. Além disso, american way of life, Katrina, Bush e as retalhações internacionais são alvos do diretor.


Temos sequências ótimas e tensas, como quando chegam a um hospital aparentemente abandonado, atenção para um paciente que tenta se levantar tendo o abdomem aberto. Ou quando chegam numa fazenda onde conhecem um simpático caipira surdo e mudo que se comunica escrevendo num pequeno quadro negro que carrega consigo. Durante essa viagem, eles tbm são surpreendidos por grupos que tomam o poder local, mantendo armas, combustível, alimento e tudo que acham necessários para sobrevivência sob controle (nesse local tem uma cena brutal com ácido).

"Eles estão mortos, mas estão andando!" hahaha... eu adoro esses diálogos.

É melhor eu parar por aqui, tem muita coisa para ver ouvir e acredite se quizer, para refletir nesse grande filme que com certeza é um aula do estilo. Acho que o mais completo do gênero e é bem melhor que o anterior "Terra dos mortos". Aqui ele mostra o porquê de sua fama, o bom gosto por belas tomadas, criativas, repulsivas e até inovadoras. É bom ver que ainda tem gente que faz arte pela arte, seja ela qual for. Óbviamente o velhote não é um astro trilhonário de Hollywood, mas tem seu lugar garantido na história da sétima arte mundial.

Ah, não deixem de ver ultima cena, vale a pena...

Nota: 9/10 (Faltou sexo, hahaha)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

PRIMITIVO (Primeval)



Título Original: Primeval
Gênero: Terror
Tempo de Duração: 93 minutos 
Ano de Lançamento (EUA): 
2007


Direção: Michael Katleman 
Roteiro: John D. Brancato e Michael Ferris 

Elenco:
Dominic Purcell (Tim Manfrey)
Brooke Langton (Aviva Masters) 
Orlando Jones (Steven Johnson)
Jürgen Prochnow (Jacob Krieg)
Gideon Emery (Mathew Collins)
Gabriel Malema (Jojo)

Sinopse:
Inspirado na história real de um crocodilo de 7 metros que já devorou em média 300 pessoas. Primitivo é um intenso e aterrorizante filme de horror estrelado por Dominic Purcell (do seriado de TV Prison Break) e Orlando Jones. Uma equipe de jornalistas americanos determinados a capturar o voraz monstro e interromper a carnificina, viaja para as mais profundas e obscuras regiões da selva africana para caçar sua presa. Mas a criatura também está caçando - sempre atento, sempre camuflado e faminto por carne humana. O medo aterrorizante que continua deixando rastros de sangue e horror por onde passa. Você vai perder o fôlego em Primitivo.

O serial Killer:
Gustave, um crocodilo-do-nilo que vive no Burundi, pequeno país da África central. Segundo consta, o réptil uns 7 metros (ou mais) de comprimento, mais de 900 kg, tendo devorado mais de 300 seres humanos às margens do Rio Rusizi, que desemboca no famoso Lago Tanganica. Este animal existe de fato, mas logicamente o Gustave que vemos no filme é uma versão 'Frankenstein' do animal. Os efeitos estão bem acima da média, com um animal totalmente em C.G. e uma montagem com o ambiente bem convincente, Gustave convence. Pena que são cortes muito rápidos, mas nada que prejudique ver a fera direitinho. Os movimentos rápidos e violentos do monstro em ação impressionam e assustam, nem parece que ele seja tão pesado, até porque ele chega a dar uns saltos. O rosnar da fera é poderoso e a reação da água é muito bem cuidada.

Os personagens:
Temos a equipe de jornalismo (a repórter gostosa e pseudo-salvadora, o repórter macho que vai obrigado e o camera-man metido a palhaço) que quer apenas se promover à custa da desgraça alheia. O guia, que é um veterano caçador, velho de guerra, que acha, e com sua razão, que o monstro deve ser abatido, ao contrário do que um biólogo, gente boa, amante e zombador da natureza quer, que é capturar ele vivo, e que seria uma pena e crueldade assassinar um animal que apenas segue seu instinto. Também temos os nativos, generais, soldados e população sofrida dessa região.

O filme:
Eu confesso que eu aluguei esse filme já esperando ver uma péssima fotografia, roteiro, direção e atuações podres, daquelas que você torce pra que os 'mocinhos' morram mesmo. Logo de início, uma tradição dos filmes de terror é logo cumprida: uma linda loira morre brutalmente nas mandíbulas de nosso serial killer da vez: Gustave.

Uma equipe de reportagem americana é enviada para a África para fazer uma reportagem sobre esses acontecimentos e de quebra, capturar o 'serial killer' para trazê-lo vivo para a America e virar 'show' de televisão (isso me lembra a história de um grande macaco). Detalhe: Isso só acontece após uma repórter americana ser vítima da fera.

Chegando lá, eles encontram um país completamente caótico, em plena guerra civil, onde a população se vê dividida entre temer o monstro e as atrocidades da ditadura local. A equipe americana fica sob os cuidados do comandante 'Harry', nome 'americanizado' para facilitar pros ianques. 

PRIMITIVO não tem nada de inovador, pelo contrário, lembra muito aquele filme do leão assassino, 'A sombra e Escuridão', com Val Kilmer. A expedição acaba tomando outro rumo após o 'engraçado' camera-man filmar uma chacina (coisa 'normal' do lugar), aí eles passam a temer represálias dos grupos militantes locais, a partir daí Gustave fica em segundo plano.

No terceiro ato é que eles lembram que o filme é sobre Gustave, o crocodilo assassino. Tem uma parte em que o camera-man é perseguido por Gustave, e ele até faz umas caretas e mostra o dedo pro monstro que corre e salta como se tivesse apenas 50 kg. Acho que é a pior parte do filme, já o contrario da cena em que Gustave fica com a cabeça dentro do carro é bem empolgante, lembrando Jurassic Park. Bom, a verdade é que o crocodilo Gustave, acaba sendo apenas uma desculpa para mostrar a situação realmente aterrorizante para os habitantes daquela região assolada pela guerra civil. Gustave não é nada comparado ao regime militar que abusa do poder e que é o responsável pela criação do monstro, já que o mesmo cresceu se alimentando de corpos despejados no rio durante anos de ditadura, agora Gustave provou e gostou da carne humana e não quer outra.

No fim das contas, PRIMITIVO é um filme assistível, com um certo conteúdo interessante, que além dos desmembramentos, tem efeitos legais, boas cenas de ação que não chegam ao absurdo e com um final já esperado e correto.

Cotação: 6/10