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Titulo Original: Diary of the Dead
Direção: George A. Romero
Roteiro: George A. Romero
Elenco: Nick Alachiotis, Matt Birman, George Buza, Joshua Close, Christopher Cordell, Wes Craven, Laura DeCarteret
"Onde você estará quando o fim começar?"
Essa é a pergunta do poster do 5º filme sobre apocalipse zumbi do veterano George A. Romero. O que vemos aqui não é uma sequência de seus anteriores e muito menos uma refilmagem, é nada mais nada menos que uma reinvenção do gênero que ele mesmo criou. É um novo começo. A mudança mais notável é o formato narrativo, que nesse "Diário dos mortos" segue a linha de "Bruxa de Blair", "Cloverfield" e o atual "REC". Sendo que aqui nos é apresentados inúmeros 'flagrantes reais', sejam de cameras caseiras, de segurança, estacionamento, reportagens e até de celulares.
Segundo o próprio George Romero, que escreveu e dirigio o filme, esse é um filme 100% independente, que ele realizou com parceiros, e que teve liberdade total, coisa que ele não conseguia desde o 1968. "Eu ando ralando muito aqui em Toronto para fazer de "Diário" o melhor", diz ele em desabafo aos fãs no MySpace.
O filme começa logo com uma equipe de reportagem que vai cobrir um assassinato típico americano: Homem mata a tiros a mulher e o filho depois se mata. Tudo o que vemos são as imagens feitas pelo 'camera man'. A bela repórter narra o fato ao vivo no local do crime que logo interrompida pelo camera man que assustado direciona o foco da camera para atraz dela: os corpos das vítimas se levantarem das macas e atacarem os paramédicos, a polícia e a pobre repórter...
Bom, e assim começa o apocalipse.
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O personagens:
Estudantes de cinema e um professor alcólatra. Temos Jason com sua inseparável camera e sua namoradinha cabeça chamada Debra que é altamente decente e se importa com o mundo. Temos o casal de modelos sem cérebro em que a loira gostosa tem até um bordão próprio: "Não mexa com o Texas". Temos a motorista triste da van, o badboy de Nova York, o nerd que não pega ninguém e o cara que interpreta uma múmia no filme da qual eles estão filmando na floresta.
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Os mortos-vivos:
Esses sim, são os personagens principais dessa jornada apocalíptica. Tem aos montes, e são podres e desmembrados, sedentos por sangue, famintos por carne, lentos e cambaleando (ao contrário dos vistos em 'Madrugada dos Mortos') como devem ser. Há inclusive uma cena no início em que os estudantes discutem isso, o que é uma referência crítica e clara ao já citado 'Madrugada dos mortos", onde os zumbis correm até mais que os vivos. Tem também muita bagunça nas ruas, tiros ao alvo (zumbis), suicídos e tudo que um armagedom zumbi deve ter: CAOS.
O filme:
Em meio as gravações de uma cena, eles são surpreendidos pelo noticiário que narra 6 eventos de mortos-vivos em diversos lugares dos Estados Unidos, confusos e com as opiniões divergentes, eles decidem, por fim, ir para suas casas em busca de conforto e mimo dos pais.
A maior parte de tudo que vemos são imagens feitas pela camera de Jason, que decide filmar esse evento, registrar a verdade e entrar pra história. Logicamente é criticado por todos que se negam de início a participarem do tal documentário macabro. Na verdade, o que assistimos é o próprio documentário pronto, editado por debra que narra todos os eventos alí apresentados.
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Os efeitos estão extremamente eficazes, tem maquiagem e C.G. mesclados. O resultado são cabeças que explodem, crianças varadas a flechadas, ácido corroendo a cabeça... bom, tem de tudo e muito bem feito. O clima de realismo dado pelas diferentes fontes das imagens, como de noticiários da TV, celulares, cameras de estacionamento, é que dá um diferencial e a tal renovada que George Romero pretendia dar a temática, e conseguio. Outro fator que ajudou muito foram as constantes notícias da rádio, que nos bombardeiam de eventos em tempo real dessa catástrofe mundial, reforçando ainda mais a gravidade da situação.
A edição cheia de interrupções, como a bateria da camera que descarrega, as reflexões da narradora sobre as questões de ética humana, deixam o filme mais interessante e até reflexivo.
"Quando ocorre um acidente, as pessoas não param para ajudar, mas para OLHAR"
George A. Romero mais uma vez pega pesado em suas críticas, o que alí parece que essas críticas são apenas para a mídia, que vende a desgraça alheia, é na verdade uma crítica a todos nós, que com celulares e cameras digitais portáteis passamos a ficar obsecados em regsitrar tudo o que vemos. Filmar em vez de tomar uma providência, só pra por num 'youtube' da vida e ter atenção de milhares de desconhecidos. Há um diálogo ótimo entre Jason e Debra, após ela flagrar o namoradinho fazendo upload das imagens até ali feitas. Além disso, american way of life, Katrina, Bush e as retalhações internacionais são alvos do diretor.
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Temos sequências ótimas e tensas, como quando chegam a um hospital aparentemente abandonado, atenção para um paciente que tenta se levantar tendo o abdomem aberto. Ou quando chegam numa fazenda onde conhecem um simpático caipira surdo e mudo que se comunica escrevendo num pequeno quadro negro que carrega consigo. Durante essa viagem, eles tbm são surpreendidos por grupos que tomam o poder local, mantendo armas, combustível, alimento e tudo que acham necessários para sobrevivência sob controle (nesse local tem uma cena brutal com ácido).
"Eles estão mortos, mas estão andando!" hahaha... eu adoro esses diálogos.
É melhor eu parar por aqui, tem muita coisa para ver ouvir e acredite se quizer, para refletir nesse grande filme que com certeza é um aula do estilo. Acho que o mais completo do gênero e é bem melhor que o anterior "Terra dos mortos". Aqui ele mostra o porquê de sua fama, o bom gosto por belas tomadas, criativas, repulsivas e até inovadoras. É bom ver que ainda tem gente que faz arte pela arte, seja ela qual for. Óbviamente o velhote não é um astro trilhonário de Hollywood, mas tem seu lugar garantido na história da sétima arte mundial.
Ah, não deixem de ver ultima cena, vale a pena...
Nota: 9/10 (Faltou sexo, hahaha)